Nenhum relacionamento pode crescer se você continuar evitando se expor.
Se você continuar sendo astuto, erguendo salvaguardas, se protegendo, só as personalidades se encontrarão e os centros essenciais continuarão sozinhos. Só a sua máscara estará se relacionando, não você. Sempre que algo assim acontece, existem quatro pessoas no relacionamento, não duas. Duas pessoas falsas continuam se encontrando, e duas pessoas verdadeiras continuam separadas da outra.
Existe um risco. Se você for verdadeiro, ninguém sabe se esse relacionamento será capaz de compreender a verdade, a autenticidade; se esse relacionamento será forte o suficiente para vencer a tempestade. Existe um risco, e por causa dele, as pessoas continuam se protegendo. Elas dizem o que deve ser dito, fazem o que deve ser feito. O amor se trona algo como um dever. Mas assim a realidade continua faminta, e a essência não é alimentada, e vai ficando cada vez mais triste. As mentiras da personalidade são um fardo muito pesado para a essência, para a alma. O risco é real, e não existem garantias, mas eu lhe digo que o risco vale a pena.
No Maximo, o relacionamento pode acabar. Mas é melhor se separar e ser verdadeiro do que ser falso e viver com outra pessoa, pois esse relacionamento nunca será gratificante. As bênçãos nunca recairão sobre vocês. Você continuara faminto e sedento, e você continuara se arrastando pela vida, só esperando que algum milagre aconteça.
Para que o milagre aconteça, você precisa fazer alguma coisa: comece sendo verdadeiro, com risco de que o relacionamento possa não ser forte o bastante para resistir a isso. A verdade pode ser dura demais, insuportável, mas nesse caso o relacionamento não vale a pena. Por isso é preciso passar pelo teste.
Depois que for verdadeiro, todo o restante se torna possível. Se você for falso – só uma fachada, uma coisa artificial, um rosto, uma máscara – nada é possível. Porque com o falso, só o falso acontece; com o verdadeiro, só a verdade.
Eu entendo o seu problema. Esse é o problema de todos os casais: eles têm medo dessa atitude de ir mais fundo. Eles vivem se perguntando se esse relacionamento será forte o bastante para suportar a verdade. Mas como você vai saber de antemão? Não há como saber. A pessoa precisa fazer para saber.
Como você vai saber, sentado na sua casa, se conseguirá vencer a tormenta e o vento La fora?
Você nunca esteve numa tormenta. Vá e veja. Tentativa e erro é a única maneira – vá e veja. Talvez você seja derrotado, mas até nessa derrota você se tornará mais forte do que é agora.
Se uma experiência derrota você, depois outra é outra, pouco a pouco a própria vivência da tempestade vai tornando você mais forte. Chega um dia em que você simplesmente começa a se deliciar com a tempestade, você simplesmente começa a dançar na tempestade. Então ela deixa de ser sua inimiga. Isso também é uma oportunidade – uma oportunidade delirante – para ser.
Lembre-se o ser nunca acontece de modo confortável; do contrario aconteceria a todos. Ele não pode acontecer de modo conveniente; de outro modo todo mundo teria seu próprio ser autentico sem nenhum problema. O ser só acontece quando você assume riscos, quando você enfrenta o perigo. E o amor é o maior perigo que existe. Ele exige você totalmente.
Portanto não tenha medo, mergulhe de cabeça. Se o relacionamento sobreviver a verdade, será maravilhoso. Se ele perecer, isso também é bom, porque um relacionamento falso chegou ao fim, e agora você poderá iniciar outro – mais verdadeiro, mais sólido, mais relacionado à essência.
Osho em - A essência do amor - Como amar com consciência e se relacionar sem medo.

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